segunda-feira, 30 de junho de 2014

Irish Republican Army (IRA)


No século XII começou a conquista inglesa do território irlandês pelo rei Henrique II com o objetivo de aumentar seu poder, uma vez que, a nobreza irlandesa tornava-se vassala do rei e conseqüentemente passava a lhe dever benefícios. Esse domínio contudo, retraiu-se nos séculos XIV e XV, período de crise decorrente da Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453); e da Guerra das Duas Rosas (1455 - 85). Com a Dinastia Tudor, o poder centralizou-se, uma característica a se destacar foi a intolerância religiosa. A manutenção do catolicismo por parte dos irlandeses tornou-se uma forma de contestar o domínio inglês. A situação de exploração e miséria, e de imposições político-religiosas determinou o início de uma grande rebelião em 1641, violentamente reprimida pelas tropas de Oliver Cromwell, quando então, a maior parte das terras passaram para a mão dos ingleses. Após a derrota os irlandeses voltaram a viver um período de miséria e de perseguições, responsável pelo desenvolvimento de um maior sentimento nacionalista e católico, uma vez que a repressão inglesa passou a estar associada à religião "protestante".  Em 1829, um movimento nacionalista e popular conquistou alguns direitos políticos e civis para os católicos, que poderiam ocupar a maior parte dos cargos públicos, apesar da manutenção do voto censitário. Entre 1847-48 o país foi assolado pela fome e por uma epidemia de tifo, responsáveis pela morte de aproximadamente 800.000 pessoas.
Em 1905 foi fundado o Sinn Féin (nós sozinhos) importante movimento nacionalista que se propunha a lutar pela soberania da Irlanda de forma legal e que, com grande apoio popular, elegeu em 1918 a maioria dos deputados irlandeses ao Parlamento Britânico. Ele proclamou unilateralmente a independência da Irlanda, provocando a reação inglesa e de grupos protestantes. Depois de dois anos de conflitos, em 6 de dezembro de 1921, foi assinado um tratado pelo qual a Irlanda ( com exceção do Ulster) tornou-se um Estado independente, porém considerado ainda como domínio da coroa inglesa. A independência completa foi obtida a partir da Constituição de 1937, quando a Irlanda passou a denominar-se EIRE, desvinculando-se completamente da monarquia britânica; porém essa situação somente foi reconhecida pela Inglaterra em 1949, que concedeu autonomia ao Ulster, que passou a denominar-se Irlanda do Norte.
Em 1968, tropas britânicas intervieram isolando os bairros católicos com arame farpado, os irlandeses chamam tal evento de "The Troubles" (os problemas). Após a divisão do território, católicos republicanos "exilados" no norte reivindicaram o legado do antigo IRA, tendo como principal bandeira a independência da Irlanda do Norte. Após o Bloody Sunday, no dia 21 de julho de 1972, o IRA lançou uma dura ofensiva explodindo 22 bombas em Belfast, matando 9 e deixando 130 feridos (Bloody Friday).Em resposta, o governo norte-irlandês adotou medidas drásticas em relação à população católica, invadindo seus bairros em busca dos paramilitares, promovendo prisões arbitrárias, muitas vezes seguidas de interrogatórios com emprego de tortura.
As negociações de paz iniciadas em 1990 fizeram com que o IRA anunciasse a deposição de armas em 1998. Contudo, a resistência de alguns integrantes dificultou essa desistência que só aconteceu em 2005. Desde então, os ex-combatentes do IRA tem atuado junto ao partido Sinn Féin ("Nós Mesmos")

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