sexta-feira, 21 de março de 2014

Votos de Protesto no Parlamento Europeu?



Nas eleições de 2009, uma pesquisa foi conduzida pelo Centro de Investigaciones Sociológicas (CIS) espanhol que constatou que apenas 13,7% da justificativa dos eleitores relacionava-se com problemas enfrentados pela UE, enquanto 58,6% disseram que votaram pensando na atual situação espanhola. Olhando para as 6 eleições do parlamento europeu que ocorreram entre 1979 à 2004 nota-se uma variação de 40% nos partidos votados, se compararmos com as eleições nacionais. No geral, há uma transferência de voto para partidos oposicionistas, verdes, anti-UE ou inexperientes.
A maioria acredita que, por tais eleições representarem uma tendência as eleições nacionais, os eleitores votam como forma de punição a seus governantes. A base do argumento é que, para partidos, o objetivo final são as eleições nacionais, ou ainda que há maior comparecimento as urnas quando se vota internamente. Outra teoria defende que o resultado depende de quando as eleições da UE são feitas: se no período inicial de um mandato nacional, é improvável uma alta mudança (ainda não se teve resultados ou problemas com aqueles escolhidos); se é feita no final, os partidos tendem a tentar influencia-la como forma de se promover nas próximas eleições (o resultado é uma maior mudança, mas não tão drástica); contudo se ocorre no meio dos mandatos, é provável que estejamos no ápice da insatisfação popular e, portanto, os votos mudarão bastante.

Uma visão alternativa vê tais votos como uma forma de protesto. Esse senso se baseia na noção de que a Europa importa o que é observável quanto a maior ausência às urnas crescendo correlacionadamente com o apoio a organização. Talvez a mudança se dê pelos eleitores votarem menos com sua "cabeça" e mais pelo "coração": não ligam para se seu candidato votará, apenas se a posição desse é a mais próxima possível a sua (o que não ocorre nas eleições nacionais), logo há uma tendência a extremismos e, sejam esses de direita ou esquerda, tendem a uma politica anti-UE por essa atrapalhar a maioria de seus anseios.


WTF? Palestra "The crises of the European Union" do Prof. Philippe Schmitter da UFMG, 21 de março 2013.
"After all, given that the European Union is a unique political structure, perhaps we should not be surprised to find that the manner in which Europeans elect representatives to European institutions is also wholly unique." - José Fernández Albertos
“If we have a Europe that is ashamed of itself, it will be the extremists who will prevail” - Michel Barnier


Fontes: http://sitemason.vanderbilt.edu/files/b4Neq4/Hix.pdf
http://www.presseurop.eu/en/content/article/4408931-abnormal-democracy

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